Agora sim, sejam bem-vindos, sejam bem-vindas à nossa aula do CR_IA de Inteligência Artificial para Educação.
Esse é um tema que eu acho muito interessante, eu adoro esse assunto, porque desde pequeno tenho uma relação com a forma como aprendemos e as tecnologias que utilizamos para aprender. Acredito que um bom professor que usa bem as tecnologias faz uma diferença gigante na nossa vida. Eu tive sorte de ter alguns deles que fizeram essa diferença pra mim, e acho que quando falamos de IA, é um pouco disso também, como vamos ver aqui.
Antes de começarmos a aula, acho importante colocar um aviso: não temos certeza do que vai acontecer com a educação daqui para frente, pois essa é uma das áreas que será mais afetada de forma geral. O que eu tento trazer para vocês é a minha visão, a visão do Felipe aqui dentro do CR_IA, baseada na nossa experiência e em tudo que fazemos, sobre o que pode acontecer, como vocês podem usar, e como podemos pensar a inteligência artificial dentro desse campo gigante que é a educação.
No final das contas, esse campo está muito próximo do que fazemos aqui no CR_IA, porque usamos inteligência artificial justamente para fins educacionais. No nosso caso, é uma educação de IA especificamente, mas muitos dos pontos que vamos ver aqui podem ser aplicados em qualquer área educacional — seja no ensino médio, na educação infantil, ou até na criação de cursos, ebooks, aulas para produtos que vocês estão desenvolvendo como infoprodutos. Eu sou criador de infoprodutos desde 2017, então entendo bem esse mercado e como a IA está mudando minha forma de trabalhar e como eu crio o próprio CR_IA dentro disso.
Por isso trouxemos aqui um panorama geral do tema “IA para Educação”. Esse assunto merece outras aulas mais específicas, outros pontos para aprofundar, que queremos explorar dentro do CR_IA, porque há muita coisa para falar e discutir nesse tema.
Um ponto essencial para iniciar a conversa sobre educação é que não dá para falar do tema sem mencionar o ChatGPT. Não tem como ignorar essa tecnologia, nem proibir os alunos de usá-la — até porque não há como verificar se o trabalho foi feito com a ajuda do ChatGPT ou não. Com o tempo, conforme se aprende mais, é possível identificar que o texto foi criado por IA, mas a tecnologia de criação costuma estar sempre à frente da tecnologia de detecção. Inclusive, a OpenAI chegou a criar uma ferramenta para identificar textos gerados por IA e depois tirou do ar porque não funcionava bem, muitas vezes apontando errado.
Portanto, hoje não existe, e mesmo serviços que tentam oferecem isso, uma ferramenta definitiva que confirme se um texto foi criado por IA ou não. Isso também acontece porque as regulamentações sobre IA ainda não chegaram a esse ponto.
Dito isso, é muito difícil simplesmente proibir o uso, pois isso virou um debate antigo, parecido com os professores dos anos 90 que diziam: “Você não vai ter sempre uma calculadora no bolso, tem que aprender a fazer isso...” Hoje temos muito mais do que isso no bolso. Portanto, a discussão é profunda e complexa sobre o que significa essa tecnologia, que habilidades precisamos ensinar, que saberes devemos trazer para a sala de aula, seja no ensino básico, pós-graduação ou em cursos livres como os do CR_IA.
De qualquer maneira, é inegável que a tecnologia está aqui para ficar. Não adianta lutar contra ela, e sim trabalhar a favor, usando a IA em benefício dos nossos alunos e aprendizes, porque é uma tecnologia incrível. Fico até emocionado quando falo sobre IA para educação, pois ela amplia a acessibilidade e a capacidade das pessoas de aprender.
Também está muito relacionado ao interesse de qualquer educador em se atualizar sobre essas novas tecnologias para se comunicar da maneira mais eficiente possível com os alunos, de acordo com o jeito deles de aprender.
Dentro disso, trouxe duas visões principais: a visão do aluno e o que podemos fazer para ele com IA; e o que isso significa para os educadores criarem suas aulas. Vamos abordar um pouco desses dois lados.
Estou tentando fazer um trabalho grande em pouco tempo, então vamos fazer um resumo dos principais pontos e, se houver interesse, podemos aprofundar em aulas dentro do CR_IA ou criar eventos gratuitos para discutirmos mais, porque o tema tem muito a ser explorado.
Na parte do aluno, vou passar um pouco mais por cima; na parte dos educadores, entraremos mais a fundo em como a inteligência artificial pode realmente ajudar.
Pensei em cinco pontos principais para discutir, mais teóricos nessa parte do aluno, e mais práticos entre educadores, para entendermos como a IA pode ajudar seus alunos e como devemos pensar seu uso para obter melhores resultados.
O primeiro ponto é o empoderamento. Assim como no início dos anos 2000 os alunos que usavam internet saíam na frente, hoje quem usa qualquer tipo de tecnologia, principalmente IA, tem uma vantagem enorme. É uma alfabetização digital, um “letramento digital”, mas agora em termos de inteligência artificial. Colocar esses recursos nas aulas empodera os alunos, que serão melhores profissionais.
Importante destacar que, para usar IA hoje, basta ter acesso à internet. No CR_IA não focamos só em ferramentas open source, mas há muitas gratuitas que podem ser usadas na sala de aula, sem precisar pagar assinatura de ChatGPT. E mesmo ferramentas pagas oferecem limites de acesso gratuito.
O segundo ponto que enfatizamos bastante no CR_IA é: oferecer a inteligência artificial como ferramenta, como copilota, e não como substituta do trabalho dos alunos. Isso significa liberar e permitir o uso para criar textos e trabalhos, mas sempre entendendo o papel da IA nesse processo.
É fundamental assumir que os alunos usarão IA, especialmente em cursos como o nosso, e isso deve ser encarado como realidade. No mundo de hoje, não faz sentido proibir, afinal, a tecnologia existe.
Ao assumir isso, podemos ensinar como usar IA de forma ética, responsável e produtiva – essa é a base de qualquer ensino sobre o tema.
É importante que os alunos saibam que não podem simplesmente entregar um texto gerado pronto pelo chat, pois o resultado final pode ser ruim se não houver um trabalho crítico deles. A dinâmica da aula precisa contemplar isso, mostrando o melhor uso da ferramenta e integrando o conhecimento do aluno para que ele aproveite bem o recurso.
Um exemplo simples: ao fazer uma redação sobre o descobrimento do Brasil, o aluno precisa ter conhecimento básico do tema para avaliar o conteúdo gerado e dar o feedback adequado para a IA melhorar o texto.
Esse processo envolve um pensamento crítico muito importante para lidar com IA. São habilidades que o aluno precisa desenvolver: saber lidar com dados, dar bons feedbacks para a máquina, delegar tarefas e saber o que especificar para obter o resultado desejado.
Essas soft skills serão muito valorizadas daqui pra frente, pois a IA pode fazer diversas tarefas, mas o pensamento crítico humano é essencial para usar essa tecnologia ao nosso favor.
Menos decoreba e mais entendimento do impacto dos fatos no mundo. A IA não pensa como humano, e essa habilidade de pensamento crítico e colaboração humano-máquina será cada vez mais necessária.
O quarto ponto está ligado a essa capacidade crítica: o aluno precisa aprender a avaliar os conteúdos gerados pela IA, filtrar o que é relevante, e fazer uso estratégico das informações.
O quinto ponto, sobre o qual poderíamos falar horas, é a adaptabilidade. A IA pode ajudar a adaptar conteúdos para as diferentes necessidades, interesses e limitações dos alunos, ajudando cada um a aprender no seu ritmo.
Cada aluno tem um universo diferente, e ao ajustar o conteúdo para isso, a aprendizagem se torna muito mais efetiva.
Vou falar um pouco sobre isso no final da aula, quando comentar minhas visões sobre o futuro da IA na educação.
De qualquer forma, todos esses pontos são úteis para pensar em como levar IA para a sala de aula e para educadores refletirem.
Agora, o que isso significa para os educadores?
Aqui quero ser mais prático: como AI pode ser integrada ao planejamento, criação e aplicação das aulas?
Antes disso, vou dar um gole d’água, espero que até aqui esteja tudo bem.
Um ponto que destaco para educadores é a discussão de ferramentas. Minha afirmação — pode até me arrepender depois — é que toda ferramenta de inteligência artificial pode ser útil para a educação, porque todas ampliam nosso poder produtivo e criativo.
E isso traz adaptabilidade, possibilitando novas formas e meios para ensinar e aprender.
Para ilustrar, separei cinco ferramentas que vamos trabalhar nas próximas etapas da nossa aula:
- Para produtividade: ChatGPT, Claude, e Perplexity.
- Para criatividade: ferramentas para criação de imagens, como Midjourney, Leonardo AI e outras. Usei o Krea para falar um pouco disso.
As possibilidades são ilimitadas, e entender quais ferramentas ajudam no planejamento e execução das aulas é fundamental.
Por exemplo, uso muito o ChatGPT para planejar minhas aulas dentro do CR_IA.
Por que? Porque, mesmo sendo um bom aluno e professor, às vezes é difícil equilibrar o nível da aula para todos os estudantes, que têm diferentes limitações.Com o ChatGPT ou ferramentas similares, consigo trazer visões diferentes para minha aula além da minha própria.
Isso é muito importante para um educador.
Essas ferramentas atuam numa média: ajudam todo mundo mais ou menos igual, e é interessante usá-las para isso. Vou dar um exemplo prático: coloco um prompt no chat para ajudar a estruturar uma aula de 45 minutos para advogados, com o tema “legislação de IA para empresas e como criar políticas para isso”. Peço que ele me ajude a fazer uma estrutura com os temas mais relevantes.
Esse é o início, uma base para trabalhar, não o resultado final. O papel da IA é ser copilota, não substituir o educador. A partir daí, posso pedir para ele aprofundar em temas específicos, dar exemplos e enriquecer o conteúdo. Mesmo sabendo o tema, é bom ter com quem “bater bola”, tirar novas ideias. Isso é muito útil para o planejamento das aulas.
Também uso o Perplexity para pesquisas e aprofundamento. Posso pedir pesquisas sobre “proteção de dados no Brasil relacionada à inteligência artificial”, com foco em fontes verificadas. No CR_IA temos uma aula dedicada a pesquisar usando IA, mostrando como usar Perplexity para esse fim.
O Perplexity permite também filtrar o tipo de conteúdo, por exemplo, só artigos acadêmicos ou discussões em redes sociais. Assim, obtenho visões diferentes das fontes, podendo mergulhar mais fundo nos temas. Essa busca pode ser feita sem estar logado, usando a conta gratuita, o que é bem acessível.
Por exemplo, ao pedir uma pesquisa rápida, ele me devolve informações sobre o projeto de lei brasileiro recente relacionado à IA, referências, discussões, com fontes específicas para consulta. Essa facilidade agiliza muito a pesquisa para criar o material da aula.
Essas duas ferramentas, ChatGPT e Perplexity, são minha base para planejamento, pesquisa, e estruturação do conteúdo.
Sei que falo rápido, mas é para cobrir bastante coisa. Agora, vamos falar de novas dinâmicas. Essas dinâmicas envolvem como levar esse conteúdo para a sala de aula e novos materiais, trazendo interação e formas diferentes de apresentar o tema.
Aqui usamos a criatividade e as ferramentas de IA para criar coisas que antes nem imaginávamos. Por exemplo, na criação de imagens, posso usar Midjourney para gerar um desenho anatômico de uma berinjela, apontando partes da planta, verificar a imagem e usar isso para facilitar o ensino.
Ou criar uma imagem do Imperador Nero queimando Roma, vista do ponto de vista dele, inserida num slide da aula, deixando o conteúdo muito mais interessante do que slides sem imagens.
Isso evita o tempo perdido pelos professores procurando imagens adequadas, que muitas vezes são ruins. A IA facilita e deixa o aprendizado mais envolvente.
Aqui no CR_IA, por exemplo, temos uma identidade visual forte que ajuda no processo de aprendizado ao tornar os materiais mais atrativos. Essa lógica se aplica a qualquer outra aula.
Você pode ir além: animar uma imagem para virar um vídeo, criar interações visuais que antes não seriam possíveis. É pelo exercício da criatividade que trazemos essa tensão, esse dinamismo para o aluno, mantendo a atenção e o interesse.
Em ferramentas como o CR_IA, temos aulas sobre criação de imagem, e vamos lançar um novo curso completo sobre isso.
Há também ferramentas para criar fluxogramas a partir de ideias, transformando conceitos complexos visualmente para facilitar o aprendizado. Isso é mais uma forma nova de dinâmicas e materiais para inovar no ensino.
Podemos trazer o universo do aluno para dentro da aula, criando analogias e aproximações interessantes. Por exemplo, imaginemos os reis gregos como artistas K-pop. Podemos criar poemas, imagens, até músicas com IA para contextualizar conhecimentos de maneira lúdica e atraente.
Por exemplo, numa ferramenta chamada Udio, que também estudamos no CR_IA, posso pedir a criação de uma música K-pop educativa em português sobre Zeus, o deus grego. Ainda que o resultado seja uma experimentação, é um recurso novo para inovar.
Aqui a imagem ainda está sendo gerada, pois ferramentas gratuitas demoram um pouco, mas é mais uma forma de trazer diversidade para as aulas. Essas ferramentas criativas ampliam muito o repertório do educador.
Passando para o Claude, uma ferramenta semelhante ao ChatGPT, mas com funcionalidades adicionais, como programação integrada e criação colaborativa. Com o Claude, posso pedir para criar jogos simples para explicar temas, como um quiz para professores sobre como usar inteligência artificial em sala de aula. Podemos criar jogos educativos personalizados para as necessidades específicas dos alunos, com feedbacks interativos para aprimorar a aprendizagem.
Isso seria impossível de fazer sem essas ferramentas. Também é possível publicar esses jogos em URLs para os alunos acessarem e praticarem.
Além disso, IA pode ajudar na avaliação dos alunos, corrigindo provas e redações. É possível criar chatbots específicos que corrigem provas com base em critérios definidos pelo professor, agilizando esse trabalho copioso. Ainda assim, é fundamental revisão humana no final para garantir qualidade e evitar problemas.
No CR_IA, por exemplo, transformamos respostas abertas em tags usando IA para análise, facilitando avaliações e feedbacks. Essa automatização ajuda muito no trabalho do educador.
Claro que é necessário cuidado e atenção para garantir um uso adequado da IA como copiloto nesse processo.
Essa discussão é ampla e profunda.
Podemos falar muito sobre o futuro da IA na educação — a criação de plataformas totalmente adaptáveis às reais necessidades e interesses dos alunos, com dinâmicas e linguagens específicas, que já existem em forma inicial hoje.
Por fim, eu me interesso muito por esse tema, e queremos desenvolver mais conteúdos sobre CR_IA de forma geral.
Para essa introdução e os pontos que abordamos, acredito que demos uma boa base. Agora, vou abrir cinco minutos para perguntas, e caso não haja, finalizamos aqui. Vou encerrar a gravação em breve.