Fala, galera, tudo bem? Muito boa noite, bem-vindos a mais uma live do CR_IA, uma aula para você que está assistindo gravado. Hoje vamos falar das agências na era da IA. Preparei uma aula dividida em três pontos que normalmente trabalhamos dentro de uma agência, independente do tamanho, para mostrar algumas ferramentas, técnicas e prompts que facilitam o nosso dia a dia, deixando-o mais ágil e criativo, além de ter acesso à informação numa velocidade que não estamos muito acostumados.
Tem algumas coisas que já vimos em outras lives, mas é importante termos em mente o básico. Vamos lidar muito com ferramentas como o ChatGPT. Não vou detalhar a estrutura de prompt, mas vou usar vários e compartilhar todos com vocês. Queria encorajar todo mundo a mandar comentários e perguntas no chat para eu ir tirando dúvidas. A ideia é fazer uma live prática, focando mais nas ferramentas do que nos slides.
Testei alguns prompts, não todos, então vai ser naquele estilo mais espontâneo, mas com certeza vamos tirar boas coisas. Tem bastante material, talvez façamos uma parte dois, mas dá para cobrir muita coisa, incluindo ferramentas conhecidas e novas.
Antes de falarmos das técnicas em si, é essencial estar familiarizado com o conceito de IA como sua copilota. Quem já participou de alguma aula do CR_IA, fez aula magna ou curso, manda um salve no chat para eu saber. Acreditamos que a inteligência artificial está ali para se revezar com você e chegar aos melhores resultados. Tudo que vemos aqui não precisa sair perfeito, mas é fundamental trazermos nossos inputs para a IA.
Separei em três etapas — na verdade, eram quatro, tinha uma de produção que não coube. Acho que não vamos conseguir passar por toda a parte criativa, considerando que o CR_IA já cobre isso muito bem, principalmente para ferramentas de imagem e texto. Mas, olhando para o trabalho de atendimento, gestão de projeto, tarefas e planejamento, às vezes damos menos atenção, então vou focar mais nisso no início, independentemente do tamanho da agência ou empresa onde você trabalha.
Começando com atendimento, trouxe três ferramentas que uso bastante no dia a dia: o ChatGPT, óbvio, o Perplexity para pesquisa e o Tactiq para reunião. Vamos pensar em como a IA pode te ajudar a performar melhor nas reuniões. Três pontos importantes são: conhecer melhor o produto, empresa e pessoas para preparar boas perguntas ao participar de uma reunião — principalmente online. A parte de anotações e ata do Tactiq é brilhante.
Vou usar vários exemplos, mudando clientes e produtos para não expor detalhes, mas tudo serve como exemplo. Vou abrir o ChatGPT, limpar a memória porque usei ele para várias coisas hoje — isso é importante, pois se não limpar, ele tenta reutilizar conversas antigas.
Um prompt que usei foi para me preparar para uma reunião. Por exemplo, tenho uma reunião com o segmento financeiro; pedi para selecionar cinco notícias relevantes da última semana e listar três tendências do último ano. Usei o ChatGPT com acesso à internet e ele trouxe notícias de agosto — mercado financeiro, Banco Central, redução da Selic, manutenção da taxa de juros, resultados corporativos como do Itaú, inclusive com a fonte da notícia, algo que antes o ChatGPT não fazia.
Pedi também para listar tendências de médio prazo, como digitalização em fintechs, sustentabilidade, volatilidade da economia global — todos com fontes. Isso já ajuda muito a se preparar para a reunião.
O Perplexity também é útil para isso, especialmente para traçar perfil de pessoas. Por exemplo, pediu para traçar o perfil do CMO da Ambev, priorizando notícias e projetos recentes: ele trouxe o histórico dele, projetos recentes e links, inclusive sugestões de perguntas para aprofundar o perfil, como principais projetos e adaptação da Ambev à liderança atual. Ele também faz um levantamento das marcas da Ambev, trazendo detalhes das principais bebidas, tudo muito útil para preparar um encontro.
E, por fim, para preparar perguntas, criei um prompt simples. Suponha que seja diretor de criação de uma agência e vá participar de uma reunião de briefing para campanha de final de ano da marca Corona. O prompt pede ideias de perguntas para provocar o cliente a desenvolver um trabalho criativo de melhor qualidade. O ChatGPT sugere perguntas estratégicas como objetivos da campanha, percepção desejada da marca, público-alvo, campanhas inspiradoras anteriores, tradição da marca e integração nas celebrações, preparando você para responder possíveis questionamentos do cliente.
Costumo usar esses prompts para aquecer a cabeça. Muitas vezes não anoto tudo, mas já surgem ideias, e ajuda muito na conversa com o cliente.
Sobre o Tactiq, que é uma das minhas ferramentas favoritas, não sei quem aqui já usa IA para reuniões, mas essa é essencial para testar. Existem várias ferramentas que gravam reuniões, fazem transcrição e permitem usar IA para perguntas, anotações e insights.
Na prática, se você pegar o log de uma reunião e colar no ChatGPT, já ajuda bastante, mas o Tactiq é um especialista nisso: plugin do Chrome que funciona no Google Meet, Zoom, Teams e outras plataformas. Ele grava automaticamente, oferece a transcrição minuto a minuto com ótima qualidade, o que é ótimo para reuniões em idiomas que você não domina, como inglês rápido.
Além disso, você pode compartilhar o log da reunião com pessoas que não estavam presentes — o que elimina a clássica desculpa do “não fui à reunião, preciso que me passem tudo”. O Tactiq também traz estatísticas, tipo quem falou mais, e permite criar notas.
A parte mais legal é que, assim que a reunião termina, você pode pedir um resumo. Por exemplo: “Na reunião, discutiu-se escolha de produtores e diretores para um projeto relacionado a Pokémon, apresentação de exemplos de filmes, questões técnicas, verba para divulgação e inclusão de elementos no jogo.” Isso já é uma boa noção.
Também pode pedir bullet points, organizar as ideias ou criar action items — tarefas atribuídas automaticamente para cada participante, pois a IA contextualiza quem disse o quê. Pode perguntar o que foi decidido — sem precisar vasculhar todo o log — e outras questões, como o que o cliente achou da reunião, e o Tactiq traz respostas inteligentes com base na transcrição.
Essa ferramenta é gratuita para até 10 reuniões por mês e tem integração com até 5 IAs. Você pode pagar por créditos mensais para usar recursos mais avançados. Vale muito para empresas com grandes equipes, como agências, que participam de muitas reuniões só para se manter informadas.
Ainda no atendimento, temos os briefings. É possível duplicar briefings rasos usando o ChatGPT para enriquecer conteúdos. Se sua agência ou empresa tem estrutura de briefing, pedir ajuda para o ChatGPT criar ou melhorar templates é excelente, especialmente para empresas grandes que precisam de variações para diferentes áreas, como promoção, planejamento ou endo marketing.
Por exemplo, preparei um prompt pedindo ajuda para criar briefing criativo para uma ativação da Samsung no Rock in Rio. Disse que não recebi muitas informações do cliente, apenas dados do site da marca. Pedi para o ChatGPT ajudar com perguntas para formular um excelente briefing para o time de planejamento.
Ele gerou perguntas importantes: quais os objetivos principais, mensagem central, serviços específicos a destacar, públicos-alvo, experiências de ativação, orçamentos etc. É um começo para estruturar um briefing mesmo com pouca informação humana.
Depois, atualizei o prompt dando as informações que tinha: objetivo de gerar awareness, foco em inovação e lifestyle, público jovem-adulto ligado a tecnologia, conceito “mente aberta, sempre vence”, ativação inovadora e democrática e verba inicial — faltando outras respostas. Com isso, o ChatGPT criou um briefing estruturado, enriquecendo o contexto com insights do mercado e da marca.
Você pode usar qualquer template padrão de briefing e pedir para o ChatGPT colocar a informação dentro dessa estrutura, ou mesmo gerar perguntas para preencher o template. É um jeito de padronizar e potencializar os briefings. Exemplo que usei: padrão de briefing do Netflix — inseri nosso briefing para ele seguir aquela organização, incluindo background, propósito de comunicação, competidores, audiência, estratégia de mídia, tom de voz e mensagem-chave.
Se precisar, podemos até criar variações de briefing para outras áreas, como endo marketing, adaptando os objetivos e mensagens para engajar colaboradores, por exemplo.
Partindo para planejamento, estratégia e concepção, onde a IA brilha muito. As ferramentas para isso são o ChatGPT, Perplexity e Gemini, cada uma com funções específicas. Também recomendo ferramentas para pesquisa acadêmica, caso leve o projeto para um viés mais científico.
É fundamental treinar o seu ChatGPT. Muitas pessoas têm resultados ruins porque não deram informações originais no input, e o modelo entrega uma média da internet, que não serve para projetos de comunicação. Você deve alimentar o ChatGPT com bases de conhecimento do seu projeto.
Existem dois modos de treinamento que uso: o “Holy Play”, um modo de interpretar papéis (pedir para ele agir como especialista ou director de criação), e o “modo Matrix”, que é onde vamos focar hoje.
No modo Holy Play, você pede para o ChatGPT ser um personagem — especialista em branding, diretor de criação etc. Ele faz isso bem, pois tem acesso a diversas fontes e sabe interpretar muito bem os papéis. Exemplo de prompt: "Imagine que você é um redator sênior de uma agência premiada, escreve de forma direta, criativa, linguagem digital, sem muitos jargões ou sacadas forçadas."
Isso já reduz firulas no texto, deixa a escrita mais objetiva e jovem, com ideias inovadoras e conectadas à cultura pop. Você pode detalhar as tarefas, o público-alvo e o cliente para personalizar ainda mais.
Outro exemplo para estrategista de branding: "Utilize metodologias consolidadas, seja centrado no público, sem rodeios, baseado em dados e insights poderosos, sem achismos." Isso ajuda o ChatGPT a buscar frameworks estruturados e dados confiáveis.
Tem exemplos para social media, creative tech e até CFO, com prompts personalizados para cada função e objetivo.
Quanto ao modo Matrix: é inspirado no filme Matrix, onde o personagem tem uma imersão intensa para aprender algo novo instantaneamente. No ChatGPT, isso é colocar um documento de guideline, brand book ou qualquer material da marca para que ele assimile o tom de voz, posicionamento e informações importantes.
Por exemplo, peguei o brand book antigo da marca TNT, que tem manifesto, storytelling, pilares etc. Como não tenho tempo para ler tudo, uso o prompt: “Vamos trabalhar em um projeto de comunicação para a marca TNT, em anexo o brand guide. Tudo deve seguir as diretrizes desse documento, usando formas inovadoras e pertinentes.”
Arrasto o arquivo para o chat e peço para confirmar se ele absorveu tudo e liste os cinco pontos principais. Ele responde com o posicionamento, o público-alvo, diretrizes verbais e visuais.
Isso já ajuda muito a escrever conteúdos coerentes com a marca.
No planejamento estratégico, o benchmark é essencial.
Usei prompts para criar benchmarks expandindo seu olhar além do óbvio. Por exemplo, listei empresas icônicas que se conectam com o conceito da TNT (resistência), não restrito a marcas de energético. Ele trouxe marcas como GoPro, Patagonia, Adidas, Vans, Levis, Apple, Diesel e North Face, explicando a conexão com o conceito da TNT — o que abre possibilidades de parcerias criativas.
Também pedi benchmark de movimentos sociais relacionados ao conceito, como luta por futuro sustentável e mobilização coletiva.
Outro pedido foi para listar personagens fictícios que têm a ver com o conceito da TNT, como Katniss (Jogos Vorazes), Daenerys, Miles Morales, Lara Croft, proporcionando inspiração para criação de conteúdos.
Agora, um benchmark padrão para redes sociais:
Pedi uma tabela com as 10 principais marcas de energético do Brasil, país de origem, ano de entrada no Brasil, tagline, posicionamento e quantidade de seguidores no Instagram, com links para os sites e perfis.
Ele trouxe tudo muito organizado, inclusive arredondando os números, o que é super útil para quem começa um trabalho de desk research e quer economizar tempo. Você pode exportar isso em CSV, copiar para Excel, Keynote ou outras ferramentas.
Fiz também uma análise visual das taglines das marcas para identificar similaridades e contrastes, como foco em energia, estilo de vida, emoção e ação, e sugeri gráficos para visualizar isso — ótima ferramenta para análise concorrencial.
Sobre o Gemini:
Ele tem versões gratuitas, versão para quem paga Google Drive e uma versão mais cara. Eu uso a intermediária. Descobri recentemente que o Gemini pode analisar vídeos do YouTube — coisa que não precisava ver o vídeo inteiro.
Usei para comparar reviews de celulares Motorola versus Razer: ele resumiu os vídeos, extraiu pontos fortes e fracos, criou tabela comparativa das opiniões dos YouTubers, com links e dados.
Isso é incrível para agilizar pesquisa de vídeo e análise de opinião, especialmente para produtos de consumo.
Sobre pesquisa acadêmica e outras:
O CR_IA tem uma aula só sobre pesquisa, dada pela Ana, que é muito boa. O Gemini voltou a ser uma ferramenta legal para pesquisa, apesar de às vezes fazer muitas perguntas. Também temos ferramentas para pesquisa acadêmica como SciSpace, Answer This e outras, que oferecem recortes específicos de artigos científicos, útil para quem trabalha comunicação e quer embasamento mais sólido.
Voltando ao ChatGPT para planejamento criativo:
Juntei dados de pesquisa gratuita PGB (Pesquisa Game Brasil), que tem 96 slides com dados e insights sobre games, e pedi para o ChatGPT sugerir cinco ângulos estratégicos para campanha de games, considerando posicionamento da TNT e oportunidades no universo gamer.
Ele trouxe ângulos como experiência social e comunidade, inovação e tecnologia, estilo de vida saudável, nostalgia e inclusão — cada um bem estruturado com dados e conexão ao comportamento dos gamers e marca.
Exemplo: a socialização é importante, com 67,1% dos gamers sentindo-se aceitos em suas comunidades; o uso de IA por 68% dos gamers; 60% praticando exercícios físicos regularmente; e nostalgia ligada a jogadores que jogam desde a infância, o que indica um apelo muito forte para a campanha.
Ele também trouxe execuções estratégicas possíveis, como campanhas “back to classics” e torneios online.
Para atender pedidos específicos, perguntei sobre conexão com o movimento LGBTQIA+, e ele listou ângulos criativos com dados, como 20% da geração atual fazendo parte da comunidade, representatividade em jogos etc.
Na parte de criação de ideias, especialmente taglines:
Usei o prompt para gerar 10 taglines para a campanha de games com o conceito “Nostalgia e Inclusão”, que conecta com a tagline da TNT “Resistência todo dia”. Algumas sugestões:
- “Games que desafiam, resistência que impulsiona.”
- “Energia sem fim, resistência em games.”
- “Sua resistência é o jogo, a TNT é a sua energia.”
Isso é fantástico para quem trabalha como redator e precisa de variações para escolher a melhor.
Para direção de arte:
Pedi para o ChatGPT listar estilos e movimentos artísticos que combinam com o conceito “Games que desafiam, resistência que impulsiona” e a premissa da marca.
Ele sugeriu Cyberpunk, Retrofuturismo (inspirado em games clássicos dos anos 80 e 90, com estética que mescla ficção científica e nostalgia), Vaporwave (que une nostalgia e inovação) e pixel art, com descrições técnicas que ajudam o diretor de arte a fundamentar suas escolhas.
Também pedi para criar um mood board combinando neon e arte de rua, com cores da marca e elementos que remetam a energia, games e atitude. Ele criou uma descrição que pode ser exportada para Pinterest e outras ferramentas, auxiliando na construção visual da campanha.
Sobre materialização e prototipação, o tempo da live acabou, e provavelmente vamos precisar de uma parte dois para falar mais das IAs nas agências, olhando para diversas ferramentas específicas. Não entrarei em detalhes hoje, pois temos aulas separadas para isso.
Muito obrigado a todos, e uma ótima noite!