Agora sim, sejam bem-vindos, sejam bem-vindas à nossa aula do CR_IA sobre como a inteligência artificial pode te ajudar a encontrar um emprego.
A gente resolveu criar essa aula porque sempre falamos da IA para melhorar o seu trabalho, sua produtividade enquanto trabalha, mas um grande ponto de como a IA realmente é efetiva e pode ser usada no nosso dia a dia está justamente nas tarefas que consideramos chatas, que a gente não quer fazer. E essa busca por emprego tem muito desses pontos que gostamos de usar IA, que são tarefas repetitivas, como ficar buscando vagas e mandar muitas vezes as mesmas mensagens para as pessoas.
Ninguém gosta de ficar fazendo isso, a menos que você seja headhunter ou algo parecido. É uma tarefa repetitiva na qual a IA pode brilhar, especialmente em termos de personalização: ajudar você a personalizar o que deve mostrar e a entender melhor como fazer isso. E não sou só eu que estou falando isso, é um movimento geral.
A IA já faz parte de muitos departamentos de recursos humanos, principalmente de empresas grandes, que já a utilizam há algum tempo, até antes de o termo “inteligência artificial” ficar tão popular. Inclusive, achei uma pesquisa da Gartner, que é uma consultoria, onde 76% dos líderes de recursos humanos acreditam que se suas empresas não adotarem IA nos próximos um ou dois anos, não serão tão bem-sucedidas quanto as que já adotaram.
Esse dado é importante porque mostra a visão dos departamentos de RH sobre a implementação da IA dentro das empresas, e como eles vão usar IA no dia a dia deles. Já faz tempo que a maior parte dos currículos é selecionada por processos automatizados nas maiores empresas, com sistemas chamados ATS (Applicant Tracking System), que cruzam muitos currículos para encontrar os melhores candidatos, selecionando, por exemplo, um top 20 para os recrutadores lerem.
Claro que isso depende da empresa, do setor de RH, mas a realidade é que computadores já estão selecionando muitos candidatos por aí. E isso é relevante para pensarmos como se posicionar para esses sistemas.
Algumas empresas já usam IA para isso, em serviços como o Verbal, que permite avaliar candidatos sem que o recrutador precise ver os currículos, ou o Seekout, que usa IA para encontrar candidatos em bancos de dados grandes para vagas específicas. Além disso, chatbots são usados como parte do processo de recrutamento. Por exemplo, numa vaga do CR_IA, eu poderia fazer a entrevista inicial via chatbot, e isso já é uma prática crescente nas organizações.
Esse processo de perguntas e respostas com um chatbot será cada vez mais comum, com o sistema indicando se você foi aprovado para a próxima fase ou não. Por isso, é importante aprender a “jogar o jogo” da inteligência artificial, entendendo como se apresentar e quais são os pontos a ressaltar, porque isso já está acontecendo.
Para ajudar nisso, separei seis pontos importantes para você se destacar e encontrar as melhores vagas usando IA:
- Como se apresentar melhor com IA.
- Como usar IA para networking e conseguir vagas melhores.
- Como aplicar para vagas e personalizar isso.
- Como se preparar para entrevistas.
- Como fazer follow-up após reuniões.
- Como negociar a sua vaga, saber o que perguntar e como se comunicar.
Vamos trabalhar com chatbots, tanto o ChatGPT quanto o Claude, e vou mostrar em tempo real como fazer isso, além de contar com a participação de vocês no chat para dúvidas e direcionamentos.
Por exemplo, o Claude já está disponível no Brasil — algo que esperávamos há mais de um ano. Ele é parecido com o ChatGPT e possui uma parte gratuita que permite lidar muito bem com documentos longos e PDFs, o que será útil para nossa aula. Recomendo vocês explorarem esse chatbot.
Para começar a se apresentar melhor, vamos pensar em duas frentes: seu currículo, que ainda é relevante em vários mercados, e seu perfil no LinkedIn, que é essencial hoje em dia.
Eu mesmo não uso meu LinkedIn há anos, mas preparei meus documentos direto do LinkedIn, que permite salvar o perfil em PDF ou gerar um currículo a partir dele. Peguei meu currículo simples e meu perfil em PDF, que são os dois documentos que vou jogar para os chatbots agora.
O ChatGPT e o Claude permitem enviar documentos e pedir sugestões de melhoria. Por exemplo, pedi para eles avaliarem e sugerirem melhorias para meu perfil profissional como consultor de inovação. Eles deram recomendações sobre título profissional, uso de palavras-chave, call to action, destaque das experiências e projetos, mantendo o estilo pessoal e acrescentando foco nas minhas realizações.
Eles também aconselham manter o tom profissional, fazer um perfil direto, destacar habilidades e experiências alinhadas com as vagas desejadas. Essas recomendações vêm acompanhadas de dicas de formatação específicas para LinkedIn e currículo.
Importante: sempre use dados reais, não invente informações para IA. Confirme que tudo que ela escreveu é verdadeiro, porque o resultado é um copiado e ajustado baseado nas informações fornecidas, então mentir pode prejudicar.
Esse processo de interação com a IA é um ciclo: você manda um texto, ela responde e você ajusta conforme o que quiser, buscando melhorar o perfil pouco a pouco. Isso facilita o uso da IA como copiloto para o seu trabalho, revezando entre o que você quer comunicar e o que a IA otimiza.
Agora, falando de networking. A IA pode ajudar bastante na fase de mapeamento de contatos relevantes para sua área e em criar abordagens personalizadas, o que é muito mais efetivo do que enviar mensagens genéricas. Com IA, você pode analisar documentos, posts e conteúdos dessas pessoas para elaborar uma mensagem inicial que tenha mais chance de sucesso.
Por exemplo, você pode pegar as últimas postagens do seu sócio no LinkedIn, criar um PDF com isso e pedir para a IA te ajudar a elaborar as melhores formas de iniciar uma conversa com ele, demonstrando interesse real e relevância.
Essa estratégia é muito mais eficaz do que mandar um “oi” aleatório na DM ou um pedido genérico de emprego.
Sobre aplicar para vagas, o LinkedIn possui funções, principalmente na versão paga, que indicam perguntas e prompts para você usar na candidatura. Mas você não precisa pagar para usar a IA para isso, pois essas funcionalidades são baseadas na tecnologia dos chatbots.
Assim, o que a gente faz aqui é cruzar o perfil da vaga com seu currículo e LinkedIn para gerar uma estratégia de candidatura: como se posicionar melhor para aquela vaga, destacar experiência, habilidades, projetos, etc.
Por exemplo, para uma vaga na Amazon, você pode pegar a descrição da vaga, seu currículo e LinkedIn, mandar para o chatbot e pedir uma análise e recomendações para melhorar sua candidatura.
Além disso, a IA pode ajudar a criar cartas de apresentação (cover letters) personalizadas e com o tom adequado ao seu perfil, o que é um diferencial.
Mas atenção: cartas com frases genéricas como “com grande entusiasmo apresento minha candidatura” são facilmente identificadas como texto gerado por IA e podem ser desvalorizadas. O ideal é pedir para reescrever no seu estilo pessoal, com linguagem leve e natural.
Outro ponto importante é considerar que vários currículos são analisados por sistemas automáticos (ATS). Podemos pedir para a IA analisar seu currículo sob esse ponto de vista, dando sugestões para formatar, usar as palavras-chave certas e aumentar as chances de passar pela triagem dessas ferramentas.
Isso economiza você de estudar o funcionamento dessas máquinas e te ajuda a personalizar seu currículo para passar nos filtros automáticos.
Quanto à preparação para entrevistas, proponho uma técnica muito legal chamada roleplay, que é amplamente usada nas aulas do CR_IA.
Você pede para o chatbot assumir o papel de entrevistador e fazer perguntas com base na descrição da vaga e no seu currículo, praticando as respostas em tempo real. Ele pode até avaliar suas respostas e ajudar a melhorá-las.
Por exemplo, para a vaga de Analista de Transformação Digital na Proceguro, podemos fazer o chatbot te entrevistar e dar dicas sobre como destacar suas experiências, mencionar ferramentas como Power BI, Power Automate, Excel e suas habilidades de comunicação.
O aplicativo do ChatGPT possui uma função voz para facilitar essa prática, permitindo que você treine entrevistas de forma mais dinâmica.
Outra dica é usar a IA para listar possíveis perguntas que os entrevistadores podem fazer ou para formular boas perguntas que você pode fazer a eles, mostrando interesse e planejamento de carreira.
Por fim, sobre follow-up, que é o contato que você faz após a entrevista, recomendo o uso de softwares de transcrição, como o Tactic, Firefly, Assembly, entre outros, para extrair os principais pontos da conversa e enviar um e-mail personalizado. Você pode pedir para a IA criar um e-mail expressando seu interesse e destacando pontos importantes que surgiram na entrevista.
Já para negociar sua vaga, depois de receber a oferta, você pode mandar o texto do contrato, e-mails e entrevistas para o chatbot, pedindo ajuda para analisar e aconselhar sobre propostas justas, pontos para negociar e a comunicação adequada.
Esse processo ajuda você a tomar decisões mais seguras e a se posicionar melhor.
Espero que essa aula cheia de conteúdo tenha ajudado vocês. A lógica essencial está nos passos que expliquei, e a prática com IA como copiloto permite resultados melhores. Vou finalizar a gravação para liberar a sessão de perguntas.