Oi, meu nome é Felipe, e eu fiz um texto aqui no ChatGPT que gostaria de compartilhar com você.
Então, vou ler aqui para você, tá bom? "Você já parou para pensar como a leitura pode impactar sua escrita de maneira significativa? Pois é, esse hábito simples, e muitas vezes subestimado, pode ser o ingrediente secreto para você."
Gente, vamos falar uma coisa certa aqui? Todo mundo está cansado desses textos robóticos e genéricos criados pelo ChatGPT. Você consegue, obviamente, identificar um texto criado pelo ChatGPT, seja por termos como "você já parou para pensar", seja por essa travessão que já virou até meme, seja por frases como "vamos explorar juntos", ou um emoji do lado. Por várias questões assim, já existe uma linguagem do ChatGPT, e, nesses últimos três anos que convivemos com isso, está todo mundo muito manjado e já sabe.
Mas não é assim que a gente precisa fazer textos usando inteligência artificial, porque ninguém mais aguenta esse tipo de texto com o ChatGPT.
Então, vamos falar um pouquinho sobre como criar textos usando inteligência artificial da forma correta. Lembrando que as dicas que vou dar aqui sobre textos maiores valem para qualquer tipo de texto que você for escrever, seja e-mails, crônicas, posts para blog, legenda para Instagram, mensagem para você terminar com a sua amante, ou até ata de reunião. Tudo isso a gente pode ajudar.
Essa aula é sobre texto justamente porque é uma base com ideias de como escrever melhor usando ChatGPT ou qualquer outra ferramenta do tipo, como o Claude, o Gemini, ou o que for.
Vamos começar. Primeiro, é importante entender como conversar com a IA para extrair o melhor resultado. Isso é o que a gente chama de engenharia de prompt, que é a forma de conversar, os termos que você usa, o material que você dá, como você fala com ela de uma forma geral que pode dar melhores resultados para você.
A gente fala bastante sobre isso em várias aulas, e provavelmente tem uma aqui nas aulas relacionadas sobre engenharia de prompt, então está fácil para você ver. Mas eu queria focar em alguns pontos que acho importantes quando pensamos em texto em si.
Por isso, separamos cinco dicas para escrever melhor usando a inteligência artificial. Então vamos lá, que quero dar exemplos para vocês e trazer um pouquinho disso aqui. Eu vou trabalhar nessa aula com os erros mais comuns. A dica que a gente dá, e eu coloco aqui um exemplo para você, tá bom? Vamos lá para começar.
Um erro muito comum: prompts muito genéricos, sem dar qualquer informação sobre seus objetivos. É uma coisa que a pessoa vai lá e escreve de qualquer jeito. Por exemplo, eu poderia simplesmente falar para o ChatGPT: "Faça um texto sobre a história da fofoca."
Ele vai fazer, claro, um texto sobre a história da fofoca, da antiguidade aos dias atuais, com origem e função social. Olha só, já dá para ver a linguagem do ChatGPT.
Vamos começar um novo, tá? Vamos fazer isso de uma forma diferente, usando a dica de começar com um bom contexto.
Antes de começar, você tem que pensar no que quer fazer, como quer fazer. Como você pediria para alguém fazer esse texto para você? Porque você está pedindo para alguém fazer esse texto para você. Não sairia mandando para uma pessoa que trabalha no seu blog "quero um texto aí sobre a história da fofoca". A pessoa que acabou de começar, que nem sabe seu jeito de escrever, seu estilo, não conseguiria entregar um texto legal.
Mas, uma pessoa que já trabalha com você há algum tempo, já tem esse contexto prévio, consegue captar melhor. Aqui a gente está trabalhando com alguém, no caso o chat, que não tem nenhum contexto prévio sobre você. Então, vamos fazer diferente. Eu vou dizer para ele: "Quero fazer um texto sobre a história da fofoca, pensado para um público que gosta de curiosidades inúteis", que é o meu público. “Quero começar com a ideia da fofoca, algo que engaje outras pessoas para entrar em um assunto de comunidade, já que somos seres sociais, e onde a fofoca se encaixa nisso."
Esse texto será para a minha newsletter, onde eu compartilho pensamentos junto com observações de comportamento. Quero algo mais irônico e divertido, mas sem forçar a barra, brincando com o público e com causos. Aqui já dei mais informação, mais contexto. Só que não é a forma que vamos fazer isso, porque eu já mandei direto para cá e não quero que a gente faça assim. Quero ir para o segundo ponto, que é criar em etapas.
Porque criando em etapas, o resultado será sempre muito melhor do que mandar tudo de uma vez e pedir para ele fazer o texto todo. Quando a gente manda de uma vez, não temos controle e não conseguimos dar um feedback correto, a menos que seja um GPT treinado para isso. Aqui a gente não está pedindo tudo de uma vez, porque pode não ser interessante. Um erro é querer ter tudo no prompt de uma vez com apenas uma ordem. Por isso usamos IA como copiloto: a gente vai evoluindo o texto parte por parte para manter um bom controle do resultado e da qualidade.
Beleza. Fiz esse prompt todo que coloquei antes vem para a gente, e aí vamos começar pedindo a ideia para ele. Então, vamos pedir 20 ideias. Eu gosto de pedir 20 porque acho um número bom — ele não vai dar muita informação, mas um volume que vale a pena. Por exemplo, 10 ideias ele às vezes já começa a escrever para você, que não é o que você quer. E não vai ficar só numa linha pequena; ele geralmente dá um pouquinho mais.
Recebemos ideias como: "A fofoca como a primeira rede social", "Antes do Instagram, tinha a Dona Lourdes na janela, que distribuía Likes só com café", "Fofoca, o podcast oral pré-histórico, wifi emocional da comunidade", "Darwin aprovaria a seleção natural da informação alheia", "Fofoca como moeda de troca social", "Fofoca é um jeito de amar", "Julgamento, eu só falo porque me importo".
Já começa a ficar mais interessante, né? Aí começamos um processo de avaliar: "Gostei de algumas ideias, tive aqui algumas preferências." Por exemplo, gostei das ideias 1, 4, 5 e 9, porque são importantes para engajar e mostrar relevância social. Vamos desenvolver um primeiro parágrafo. Peço 5 variações para definir como podemos começar, com base nas ideias.
Exemplo do ChatGPT:
“Antes do feed, havia o fio de vozes. Antes dos comentários, a sobrancelha arqueada da vizinha. A fofoca, sejamos honestos, é a rede social mais antiga da humanidade. Talvez a única que nunca ficou fora do ar. Muito antes de inventarmos o like, já sabemos reconhecer um bom… É o algoritmo da curiosidade humana operando sem precisar de Wi-Fi.”
Aqui já começa a ficar mais interessante e dinâmico. A fofoca não é apenas um passatempo; é uma questão evolutiva. Ele vai descrevendo a fogueira, o storytelling, o disse-que-me-disse. Muito antes de sermos Homo sapiens, já éramos Homo-fofoquensis. As piadas não são boas, são bem duvidosas, mas pelo menos ele tenta.
Eu posso pedir uma nova versão que misture essas ideias para eu definir melhor como começar. O resultado:
“Antes do TikTok e antes do Orkut, antes mesmo da imprensa, existia ela: a fofoca. Nosso primeiro feed social era oral, gratuito, e vinha com expressões faciais.”
Isso já está mais engajando e interessante. A partir disso, posso pedir feedback para ele iterar no texto e ter mais conteúdo, que é a próxima dica. Normalmente, as pessoas querem o texto pronto de uma vez, e esse é um grande problema. Eu dei aquele prompt inicial e às vezes não gostei de nenhuma ideia, achei tudo fraco, sem graça.
Primeiro, pode ser que você não tenha dado contexto suficiente. Segundo, é preciso saber interagir e dar feedback para máquina da mesma forma que fazemos com pessoas. Então, a gente aponta as falhas, pede ajustes, dá esses feedbacks e itera a criação com a IA. Isso ajuda a ter uma criação muito melhor, textos mais ricos e resultados mais adequados. Por exemplo, “gosto da ideia 1, podemos seguir com algo desse tipo, mas gostaria que você evitasse o uso de travessão. Quero um texto mais dinâmico e menos com cara de IA.”
“Quem esconde uma lança atrás das costas pode ser fatal.” E assim a gente evolui. Também deixe um cliffhanger, uma ideia que faça a pessoa querer continuar lendo o texto. Depois, peça uma nova versão do parágrafo com essas mudanças. Neste caso, repetiu o travessão de novo, mas ok. “Antes do feed, existia a fogueira, e ao redor dela nossos ancestrais faziam um network orgânico, fofocavam, sem wi-fi.”
Gostei dessa ideia, mas não do travessão. Agora uma nova versão, que ficou assim:
“Antes do TikTok, antes do Orkut, antes mesmo da imprensa, existia ela: a fofoca. Nosso primeiro feed social era oral, gratuito e vinha acompanhado de expressões faciais. Mas o que ninguém te contou é que talvez a fofoca tenha sido o que nos tornou humanos de verdade.”
Aqui temos um cliffhanger bem interessante, ficou muito melhor. Daqui, podemos continuar pedindo para ele seguir, pedir outros parágrafos, estender o texto, e assim por diante. Mas não temos tanto tempo na aula, então vamos para o quarto ponto: dar exemplos do que você quer.
Muitas vezes, a gente acredita que a inteligência artificial vai entender o que queremos apenas descrevendo no prompt, o que nem sempre é verdade. Às vezes quero um texto mais informal, e aí a IA responde algo tipo "E aí galera, tudo beleza?" que pode não ser o tipo de informalidade que eu quero. Porém, a IA trabalha muito bem com exemplos. Por mais que você tente descrever seu estilo, ela entende muito melhor se você der exemplos. Nesse caso, peguei três textos que já escrevi para minha newsletter há algum tempo e coloquei como exemplo.
Você pode assinar minha newsletter inclusive pelos links da aula, vou deixar o link aqui.
Então, eu digo para a IA: “Ótimo, pode continuar o texto usando uma linguagem e tom parecidos.” A IA lê esses documentos e cria um texto que está mais dentro do estilo que quero. Exemplo que saiu:
“Antes do TikTok, mas o que ninguém te contou é que talvez a fofoca tenha sido o que nos tornou humanos de verdade. Sim, talvez esse hábito, que hoje floresce em grupos de WhatsApp de família, com prints e áudios longos, tenha sido o que permitiu que as tribos se organizassem. Quando começamos a viver em grupos maiores, tipo mais de 30 pessoas, o caos.”
Ela já pega o jeito do meu jeito de falar. Aqui, o ideal seria iterar, dar mais feedbacks, trabalhar aos poucos. Eu pedi tudo de uma vez, mas nem sempre é preciso tanto. Por exemplo, depois pedir “quero o resto do texto com cinco parágrafos no mesmo estilo.” Eu poderia ter limitado tamanho, ou pedido outros ajustes.
A ideia é construir com a IA por etapas, iterar, e no final combinar alguns resultados que achamos interessantes e revisar. Um erro grave é confiar cegamente na inteligência artificial. Nunca envie o texto final direto, nem publique, nem mande e-mail sem ler. A IA pode alucinar, ou viajar, mesmo que você tenha dado os fatos certos.
A última palavra é sempre sua, porque a responsabilidade por qualquer coisa publicada pela inteligência artificial é sua também. Portanto, é importante ter uma revisão humana para melhorar o texto.
Então, podemos pedir mais iterações, melhorar o texto, e conseguir um resultado melhor. Essas são as cinco dicas básicas, mas dá para ir além com os textos, pois há uma imensidão de coisas que podem ser usadas com IA na escrita. Seja esse texto um e-mail, um post para blog, uma legenda, uma mensagem para dar feliz aniversário para sua avó, tudo isso.
Alguns pontos que também podemos usar com a IA:
- Pedir revisão, correção de ortografia, erro de digitação, para melhorar clareza e coesão, melhorar partes que estejam pouco claras, às vezes o texto está claro para a gente, mas pode não estar para o público. Você pode pedir para a IA apontar essas partes.
- Mudar o tom, criar novas versões adaptadas para diferentes públicos. Isso é muito útil para o nosso conteúdo, pois uma mesma mensagem pode ser adaptada para newsletter, post no Instagram, LinkedIn, que são públicos diferentes.
- Tradução, que está muito melhor do que a do Google Translate. Você pode pedir para traduzir mantendo o nível de gírias e expressões do português para o inglês, seja norte-americano ou britânico.
- Ajustar tamanho, tanto para resumir quanto para expandir, fundamental para caber em textos curtos, como boxes em slides, por exemplo.
- Estruturar seu texto, organizar conteúdo, pensamento e planejar novos materiais, como posts para LinkedIn, posts inspiradores, conteúdos derivados.
- Checagem de fatos: sempre pode mandar o texto para a IA revisar, checar as informações e garantir que estejam corretas.
No CR_IA, usamos IA para todos esses propósitos, inclusive para pesquisa e verificação. Enfim, temos muitas ideias de como usar IA para melhorar nosso texto e nosso trabalho. Agora, gostaria que você criasse um texto com um tema de seu interesse e postasse aqui um resumo.
Gere um texto completo seguindo essas dicas, trabalhando junto, e, ao final, faça um resumo.Vou colocar agora o prompt certinho para você:
Agora, transforme este texto em uma legenda do Instagram, de um parágrafo curto.
Isso é bom porque a IA também lida com erros de português. Então quero que você pegue esse texto, faça o texto todo, fale um pouco do processo aqui e poste nos comentários para a gente ver o que você criou. Aqui seria o meu exemplo, sem revisão ainda, porque não revisei tudo:
“A fofoca, nossa primeira rede social. Antes do Wi-Fi, a gente já se conectava na boca a boca mesmo, para saber quem já era confiável, quem roubava a fruta, e quem estava ficando com quem na caverna do lado. Julgar o outro sempre foi entretenimento, mas também foi ferramenta de sobrevivência. Fofocar é humano. Só não esquece de fazer com elegância.”
Não sei o que significa algumas partes, e poderíamos pedir feedback, mas isso fica para uma próxima aula, porque essa já está longa demais.
Então, faça seus exercícios, me conte os resultados e como você está melhorando seu texto usando IA.