Legal, eu já entendi essa ideia da IA como copilota e tudo mais, mas como que na prática eu vou usar a IA no meu dia a dia?
O que isso significa, né? Afinal, eu tenho esse exército de assistentes e o que eu vou fazer com todos eles? Como eu vou trabalhar com isso? Como eu vou guiar meus trabalhos?
Acho que, para começarmos a falar disso, a pergunta principal é: quando que você vai delegar as coisas para a IA? Quando ela vai trabalhar para você?
Para isso, a minha resposta principal é a mais simples: sempre que possível. Um dos grandes incentivadores da inovação é justamente a preguiça. Trabalhar menos e querer trabalhar menos deveria ser um objetivo para a gente, de uma forma geral. Podemos pensar e tentar ver a inteligência artificial como uma possibilitadora disso, pelo menos por enquanto.
Mas, de qualquer forma, para onde vamos usar? Quando queremos mais rapidez? Quando queremos melhores entregas?
Também tem uma regra número um aqui da inteligência artificial: comece usando com tudo aquilo que é chato, repetitivo, demorado ou que está te bloqueando. Esses quatro pontos são importantes quando falamos da nossa tentativa e desejo de transformar as coisas com inteligência artificial.
Porque o que é chato, repetitivo, demorado ou que está bloqueando são incentivadores para a gente tentar encontrar soluções usando IA para isso.
Além disso, em um processo de aprendizado de IA, até se acostumar com a dinâmica da inteligência artificial, é meio chato mesmo, né? Você vai fazer muitos testes, pode demorar mais para fazer com IA do que sem ela no começo, então existe esse desafio.
Mas acredite no processo, acredite que vai melhorar e que vai ficar mais fácil com o tempo. Tem que gastar um tempo para desenvolver processos e entender melhor onde a IA pode se aplicar em diferentes tarefas. Isso acontece. Mas depois disso, é correr para o abraço, porque vai ser muito mais fácil replicar as coisas.
Por isso é legal falar da regra número um do chato, repetitivo, demorado ou bloqueando, porque são esses quatro pontos que dão o incentivo.
Então, aquela tarefa que é chata, aquela que você olha e fala "ai, não quero fazer", usa a IA! Tente se desafiar a usar a inteligência artificial para transformar essa tarefa.
Pega essa tarefa que você está enrolando muito para fazer. Eu faço isso muito. Se tenho uma tarefa que estou procrastinando há mais de uma semana, duas semanas, eu vou para o ChatGPT e faço uma pergunta muito simples para ele:
"Oi, estou demorando duas semanas para fazer essa tarefa, acho que estou procrastinando. Como você pode me ajudar a resolver isso?"
É uma linguagem natural, muito simples, que você joga para ele, e ele já te dá sugestões de como resolver. Isso pode ajudar muito no seu processo.
Para tarefas chatas, para tarefas repetitivas, tudo que for repetitivo você provavelmente consegue criar um processo usando inteligência artificial para isso. Pode ser um processo automatizado, e temos várias aulas sobre isso, pode ser um processo menos automatizado também. Falamos sobre isso no CR_IA, até no nosso curso mais básico e inicial.
Mas, de qualquer forma, é importante entender se um processo é repetitivo, e se você faz muito disso, tem sempre oportunidade para usar IA para te ajudar no dia a dia.
Por fim, um terceiro ponto: aquelas tarefas que são demoradas, que você olha e fala "vou demorar duas semanas para isso". A inteligência artificial pode ajudar de duas formas (ou mais, mas vou falar duas aqui):
- Pode ajudar cortando etapas. Algo que você poderia demorar três dias para fazer, talvez a IA faça em três horas, 30 minutos, dependendo do caso. É encontrar essas oportunidades no dia a dia.
- Pode ajudar quebrando a tarefa. Você vai lá, usa linguagem natural no ChatGPT, no Gemini, ou em outro programa, e fala:
"Eu tenho essa tarefa que vai me tomar duas semanas, por isso não estou fazendo. Como você pode me ajudar a quebrar essa tarefa em etapas menores e mais fáceis de abordar?"
Esse tipo de prompt vai te ajudar a ver suas tarefas de outra forma, e a partir daí pedir ajuda para resolver cada parte.
Aí você pode emendar para pedir: "Como você pode me ajudar a fazer tal coisa?" Isso ajuda a descobrir novas formas do ChatGPT te apoiar no processo do dia a dia.
E, por fim, tarefas que estão bloqueando você, seja por bloqueio criativo, por exemplo. Você pode pedir para a IA te ajudar com isso.
Se você tem que fazer uma ilustração e não sabe por onde começar, peça ideias para o ChatGPT e depois tente criar essas ideias no Midjourney para as imagens, para ter uma base. Há várias formas de fazer isso.
Ou pode ser uma tarefa que você nem sabe por que está bloqueada, mas não sabe como resolver. Faça brainstorm com o ChatGPT ou outra ferramenta para sair disso. O importante é não deixar isso te bloquear, tirar isso da sua frente.
Então, quando falamos desses quatro pontos — chato, repetitivo, demorado ou bloqueando — são grandes incentivadores para usar inteligência artificial no dia a dia.
Te aconselho muito a pensar nessas tarefas. Você certamente tem pelo menos uma dessas aí na sua mão agora. Pense nessas tarefas, liste elas e comece a tentar descobrir formas de usar IA para isso.
Uma das formas é justamente um prompt-chave que uso muito, que o Paulo usa muito e que a gente usa no CR_IA:
"Eu preciso realizar a seguinte tarefa: criar uma apresentação, criar um relatório, criar uma proposta, o que for. Me faça perguntas para que você possa me ajudar a realizá-la e eu descubra o que posso pedir para você fazer."
São três pontos nesse prompt:
- Você dá contexto do que precisa de ajuda.
- Pede para a ferramenta (ChatGPT, Claude, Gemini, qualquer chatbot) fazer perguntas para poder te ajudar.
- Assim, cria um briefing para você.
Isso ajuda a dar contexto para a resposta da IA e também para você descobrir o que pode pedir para ela fazer.
Esse prompt é super simples, mas mostra algo a mais do que o óbvio e ajuda você a descobrir o potencial de uma ferramenta como o ChatGPT no seu dia a dia.
Às vezes, a IA vai "mentir" para você, dizendo que pode criar todo o layout da apresentação, por exemplo. Não vai. Algumas ferramentas até podem ajudar com isso, mas geralmente não.
Mas, entre dez tarefas que ela sugerir, talvez oito realmente possam ser feitas por ela e cortar muito trabalho seu. Isso pode ajudar bastante.
Quero que você, agora, use esse prompt para uma tarefa que você tem. Tire print ou copie e cole no ChatGPT. Aliás, todos os prompts estão aqui na descrição da nossa aula, então você pode copiar de lá, nem precisa printar.
Aqui, trouxe dois exemplos para vocês:
- "Eu preciso criar uma apresentação para a faculdade. Me faça perguntas."
O ChatGPT começa: qual o tema? Qual o objetivo? Qual o público-alvo? Algumas perguntas serão relevantes, outras não.
Quando faço isso, respondo rápido e por voz, que pode facilitar.
- "Quero criar um relatório sobre o uso de celulares em escolas. Me faça perguntas."
Ele vai ajudar a estruturar sua ideia, o que você precisa fazer para ele poder ajudar.
Esse é um prompt de começo de conversa, pois a partir dele você descobre potencial e começa a trabalhar melhor com ferramentas como ChatGPT no dia a dia.
E lembre-se: isso é só o começo. Não esqueça que a inteligência artificial deve ser sua copilota.
Esse é um prompt legal para começar, mas, como falei no começo, normalmente temos três formas de envolver a IA no seu trabalho, como colocamos no CR_IA:
- IA como assistente,
- IA como colaboradora,
- IA como protagonista da tarefa.
Quando a IA é assistente, ela resolve de 10 a 30% da tarefa, e o resto você faz sozinho. Ela apoia com pesquisa, inspiração, mas o trabalho mantém sua voz, seu estilo e é muito seu. Exemplo: criação de marca, textos autorais, estratégia de negócio, direção criativa, negociação com cliente — aí a IA é assistente.
A segunda fase é IA como colaboradora, uma parceria 50-50 entre você e IA. Exemplo: proposta comercial, roteiro de conteúdo, apresentação de vendas, briefings criativos — depende do resultado que quer. Às vezes a IA pode até ser protagonista nesse caso, mas sempre bom fazer revisão.
E a terceira é IA como protagonista, que executa de 70 a 90% do trabalho sob sua direção. Por exemplo: transcrição de reunião, análise de dados, resumo de textos longos, extração de dados — a IA pode resolver a maior parte, mas você ainda deve revisar.
Para ajudar nisso, criamos um fluxograma que vamos disponibilizar como uma imagem maior, porque está difícil de ler aqui, e também para você.
Basicamente, você analisa se a tarefa é repetitiva e segue um padrão claro. Por exemplo, análise do relatório de vendas do CR_IA. Fazemos isso todo mês, é repetitivo e com padrão. Se a tarefa é repetitiva e com padrão, você provavelmente pode usar a IA como protagonista, que vai fazer de 80 a 90% do trabalho. Mas sempre revise, valide a informação, ajuste o tom, o que for necessário para concluir a tarefa.
Agora, pense numa tarefa para a newsletter. É criativa? Sim. É um trabalho autoral e pessoal? Sim. Então aí a IA pode ser assistente, fazendo de 10 a 30% do trabalho, como pesquisa, revisão, inspiração. Novamente, revise sempre qualquer material. Reforço isso porque é sempre importante. Espero que, nesta aula, você tenha novas formas, muitas lições de casa. Vai na comunidade, discuta com a gente.
Me conte as tarefas onde você vê a IA como protagonista ou assistente. Vamos discutir juntos porque, assim, podemos encontrar novas possibilidades de trabalhar com inteligência artificial. Espero que você encontre! Tem muita lição de casa, e eu te vejo até a próxima aula!