Existem diversas formas de você usar a inteligência artificial no seu dia a dia. Cada um vai ter a sua. A gente fala isso muito aqui no CR_IA. Só que eu acho que existe uma linha de pensamento, uma forma mais macro de ver como a IA se encaixa nos seus processos. É ver a inteligência artificial como copilota do seu trabalho. Ou seja, ela vai te ajudar a trabalhar junto com você nas mais diversas tarefas.
E é disso que a gente quer falar aqui nessa aula, que vai ser muito importante para a nossa maneira de ver a inteligência artificial aplicada no seu dia a dia. Então, vamos lá.
Por quê? Segundo uma matéria da Harvard Business Review de 2023, que não é tão nova assim, mas se aplica muito à forma como a gente vê a inteligência artificial e até hoje na forma como trabalhamos, eles chegaram a uma conclusão fazendo uma grande pesquisa com as 500 maiores influências do mundo. Eles concluíram que líderes precisam focar em como sua força de trabalho pode evoluir e trabalhar junto da inteligência artificial, ao invés de ver a IA como substituta dos trabalhadores humanos. O objetivo deve ser a colaboração entre humanos e inteligência artificial.
Isso é uma forma muito importante de entender que existe essa sincronicidade do trabalho humano com o trabalho da IA, que leva a gente justamente a esse ponto da IA ser sua copilota, uma ferramenta para o seu trabalho. Você vai trabalhar junto da IA, a IA não vai trabalhar por você.
Isso é importante de falar porque muitas vezes a gente acha que aperta um botão e resolve tudo, e não vai ser bem assim. Não sou só eu que falo isso, não é só o CR_IA que fala isso. Desde 2022, o Reid Hoffman, que é um dos cofundadores do LinkedIn, falou que nos próximos cinco anos toda profissão terá uma IA de copilota.
E a gente vê que isso tem se tornado realidade. Você pode ter uma IA de copilota — essa ideia até vem do GitHub Copilot — que é uma IA como copilota no trabalho de programação. Agora existe o Replit, existe o Claude, existem vários assistentes de programação que trabalham junto com isso. Tem se visto que, como assistente, quase ninguém programa sem um assistente. Por quê? Porque existe esse copiloto que te ajuda.
Essa ideia vem disso, mas tem se provado verdadeira em diversas áreas. Vamos ver isso para finanças, para arquitetos, engenheiros, saúde, marketing, funis de marketing, advogados. Todas as profissões começam a ter uma IA de copilota. E essa copilota pode ser apenas um ChatGPT te ajudando no seu trabalho junto com você. Não precisa ser uma ferramenta específica, mas é a IA, de forma geral, ajudando no seu trabalho.
Isso se prova verdade sempre nessa visão de copiloto.
E o que significa essa visão de copiloto? Normalmente o que as pessoas acham é que você vai fazer um pedido para a IA e vai ter um resultado incrível logo de cara. Tipo “Cria uma série perfeita” e a IA já cria Breaking Bad. É um exagero, claro.
Mas muita gente realmente pensa, e a gente tem visto isso no CR_IA, que você vai clicar no botão, pedir “Cria um vídeo engraçado para o Jorge Aragão”, por exemplo, e a IA já vai criar o vídeo engraçado de uma vez só, sem que você faça nada. A IA não vai te ajudar assim, pelo menos não por enquanto, e ainda bem que não vai te ajudar dessa forma. Senão estaríamos ferrados no trabalho se a IA fizesse tudo sozinha.
Não é bem assim, mas a inteligência artificial pode ajudar em todos os processos para criar um vídeo, por exemplo. Pode ajudar no brainstorm de ideias, no desenvolvimento de caminhos, na estruturação do roteiro, em encontrar bons ganchos, gerar imagens, animar coisas, criar trilha sonora, adicionar narração, gerar B-roll, adicionar efeitos, gerar grafismos para o vídeo, criar uma thumbnail.
Pode também transcrever o vídeo, gerar tags para a descrição, criar imagens para redes sociais, gerar novos conteúdos, até coisas que você nem imaginava que a IA pudesse ajudar. Aqui ela começa a realmente ajudar.
E como resultado, por exemplo, existe uma razão do vovô aqui quase nunca tirar esse chapéu, e é uma razão que eles não querem que vocês saibam.
(Aqui há uma fala que parece desconexa, então seguimos.)
Realmente, cada coisa que inventam para ele, coitado. Fizemos esse vídeo para o Jorge Aragão, sim, a gente produz vídeos de inteligência artificial para ele. Esse vídeo foi para atender a dois pedidos: trabalhar com algo que o público dele acha engraçado e também com a ideia do que ele sempre esconde na careca, ou qualquer outra coisa.
Além disso, foi para avisar que a área de negócios estava aberta para negociação com qualquer público. Para todo o processo, usamos inteligência artificial junto com uma produtora parceira nossa, a Mycellium, para criar esse tipo de vídeo.
Foram várias partes de IA, mas não foi uma única inteligência artificial que você clicou e resolveu tudo de uma vez. É isso que quero que você pense na visão de copiloto: você faz um pouco, a IA faz um pouco, e vocês trabalham juntos para ter melhores resultados, que antes da inteligência artificial você não teria.
E isso é importante para a maneira como a gente enxerga a IA.
Quando falamos disso, é justamente a IA como copilota para melhorar sua criatividade e produtividade.
Falando em produtividade, vou trazer alguns dados para vocês: uma pesquisa da McKinsey de 2023, ainda válida, analisou 850 ocupações em 47 países cobrindo 80% dos trabalhos no mundo, e chegou à conclusão que 60 a 70% do tempo que as pessoas passam trabalhando tem potencial teórico de ser transformado por IA.
Já temos visto isso acontecer. Eu trago esse dado que não é tão novo, mas que reflete a realidade: o quanto do potencial de trabalho as pessoas estão substituindo, seja em consultoria ou entre nossos alunos, o que eles estão passando para a IA.
Diversas pesquisas mostram o potencial de mudar como você trabalha e ajudar tanto na produtividade quanto em melhores entregas.
Isso é refletido também numa pesquisa da Boston Consulting Group, também de 2023. Eles deram ferramentas de IA para seus consultores, separando-os em três grupos: um sem ferramentas, outro com ferramentas sem treinamento, e outro com treinamento básico de meia hora (bem abaixo do que fazemos no CR_IA).
Chegaram à conclusão de que quem teve acesso às ferramentas de IA teve 12,2% mais tarefas completadas, 25% mais rápido e 40% mais qualidade. A qualidade é um ponto forte que a gente sempre esquece, e é importante reforçar aqui: suas entregas passam a ser diferentes, fazendo mais coisas e coisas melhores com inteligência artificial.
Outra coisa importante quando pensamos em trabalhar com IA é lembrar que lidar com inteligência artificial é lidar com expectativas.
Normalmente, a pessoa espera jogar a tarefa para a IA e virar um grande Einstein que resolve tudo. Muitas vezes, saímos frustrados, achando “a IA é muito burra, não consigo” ou “não sei o que fazer”. Muitas vezes o problema é que a pessoa não sabe fazer o prompt direito. Que bom que estamos aqui no CR_IA para resolver isso.
Na verdade, uma realidade da IA, pelo menos por enquanto, é que ela é um grande “minion”, um assistente que ajuda em diversas tarefas.
Usando inteligência artificial desse jeito, você pode ter esse assistente ajudando em várias tarefas diferentes. Mas não é só um assistente, podem ser muitos assistentes, cada um com uma tarefa específica.
Pode ter um assistente que te ajude só com estratégia de marketing da sua empresa, outro para criar conteúdo, outro para criar ícones para apresentações específicas no PowerPoint, por exemplo. Você pode levar esses assistentes para o âmbito pessoal também — um para ajudar a organizar suas viagens, outro para cuidar das suas plantas (infelizmente, por enquanto, não para regá-las: isso você ainda precisa fazer).
Você vai ter assistentes diferentes, cada um realizando tarefas específicas.
Nesse conceito, é muito bom pensar a IA porque esses assistentes podem ser uma função de uma IA, uma automação, um processo ou uma ferramenta que você criou.
Tudo isso podemos pensar como grandes assistentes no nosso trabalho com IA.
E, no meio disso tudo, tem você. Você vai se tornar o grande gênio para transformar todo esse trabalho e guiar todas essas ferramentas.
Aprendendo, você acaba virando chefe da IA, estando no centro de tudo e controlando o processo — algo muito positivo de pensar na visão de copiloto da inteligência artificial.
Você vai trabalhar junto com ela, vai dar ordens e vai conseguir melhores resultados dessa forma.
Para fechar, quero deixar uma frase retirada de um relatório do World Economic Forum de 2024, que pesquisou várias pessoas. Um dos pontos que colocam é que o maior erro que você pode cometer neste momento é remover os humanos dos seus processos.
É importante termos isso em mente: precisamos continuar sendo humanos dentro do processo. Temos que trabalhar junto da inteligência artificial, não deixar que a IA faça tudo por nós, porque isso não vai dar certo.
Se fizermos tudo pela IA, não haverá diferencial do meu trabalho para o seu, já que estaremos usando as mesmas ferramentas e prompts parecidos. O que fará diferença será o fator humano — você faz um pouco, a IA faz um pouco, e vocês trabalham juntos.
Beleza? Queria muito trazer essa visão de copiloto para você e que sempre lembre disso ao trabalhar com inteligência artificial. Você é quem tem que dar a última palavra e trabalhar junto da IA para chegar ao seu resultado.
Vai ser sempre melhor e mais fácil assim. Então, até a próxima aula. Vejo você em breve em alguma outra aula do CR_IA.