Não sei se vai estar funcionando. Obviamente, essa aula era para ser dada pela Ana Freitas; não sou a Ana Freitas, como vocês podem imaginar, mas espero que estejam bem. Estamos ainda pegando o jeito aqui com o YouTube, tá? Percebi, por exemplo, que estava com o microfone errado.
Mas se está funcionando, obrigado, Tainá. Se vocês estão me ouvindo, isso é o mais importante. Adoro que vocês já vão se apresentando, falando um pouco de vocês, do uso que fazem, porque é sempre muito solitário estar do lado de cá, especialmente fazendo live no YouTube, que ainda não estou acostumado, pois não consigo ver vocês, a reação, nem saber o que estão achando. Então comentem se acharam algo legal, falem aí no chat que já vamos começar.
Infelizmente, era para a Ana dar esta aula para vocês, mas ela está realmente mal, com alguns problemas de saúde. Tanto que nem conseguiu dar ontem a oficina, que o Paulo acabou dando no lugar dela também, que temos aqui dentro do CR_IA. Vou tentar fazer o melhor possível também.
Ela me deu o material dela hoje de manhã e eu alterei algumas coisas, complementei, até porque temos visões diferentes em alguns pontos. Então coloquei um pouco da minha visão e vou tentar trazer a visão dela também para cá.
Que bom que vocês estão animados. Continuem comentando e fazendo suas perguntas. Essa aula ficará gravada pelas próximas 24 horas aqui no YouTube e na nossa plataforma, dentro do CR_IA. Para quem é aluno, fica gravada para sempre.
Vou compartilhar minha tela com vocês e vamos começar essa aula. Antes, vou começar a gravar, porque às vezes a gente esquece. Pronto, agora sim, vamos começar nossa aula de rinha de inteligência artificial.
Como podemos fazer as IAs competirem para te dar as melhores respostas? E quando vamos liberar a próxima turma do CR_IA? O Vinicius perguntou: "Agora só vai ter em fevereiro?" Infelizmente, fechamos uma turma na semana passada e agora só em fevereiro, mas fiquem atentos que avisaremos vocês.
O tema dessa aula é um assunto que acho muito interessante: como podemos colocar as IAs para brigar, para nos oferecer o melhor resultado e como aproveitar essa briga delas. Existem algumas técnicas e ideias para isso. Antes, quero introduzir o assunto para vocês.
Primeiro, me apresentando, já que sempre esqueço: prazer, sou Felipe Pacheco, criador do CR_IA e um dos cofundadores. Trabalho há 16 anos com estratégia de marketing, 10 anos com o Noma Digital. Minha base é Berlim, mas neste momento estou em São Paulo — até ontem estava em Ribeirão Preto, como o Renato comentou — onde demos um treinamento bem legal, inclusive. Também sou criador de conteúdo, tenho outros cursos, como o de História, mas minha base é mais em digital e inovação, por isso criei o CR_IA e trouxe a Ana e o Paulo para participar dessa tarefa que é árdua e contínua.
Vamos, então, entrar no assunto da rinha de IAs, que tem muita coisa para falar. Antes, quero explicar o que estamos fazendo aqui, por que fazemos as IAs brigarem entre si.
Quando falamos de chatbots ou LLMs (Large Language Models), como o ChatGPT, Gemini, Claude, Perplexity, são diferentes modelos de IA, ferramentas de acesso chamadas chatbots, com modelos conversacionais que permitem fazer perguntas e resolver problemas. Todo mundo aqui já usou o ChatGPT e conhece suas características. Cada IA tem suas particularidades.
Neste slide, mostramos quatro modelos que usamos mais, mas há muitos outros, cada um com características diferentes. Por exemplo, Meta tem o Gama, Anthropic tem o Claude, Foundation AI tem seu modelo próprio, e cada um tem diferenças no custo, acessibilidade e arquitetura.
O custo é importante, principalmente para quem cria automações, pois modelos caros podem aumentar muito o custo do projeto, enquanto modelos mais baratos podem resolver o problema de forma suficiente. Além disso, a acessibilidade varia — alguns são pagos, outros têm versões gratuitas com limitações.
Cada modelo também teve materiais de treinamento diferentes. Por exemplo, descobriu-se que o ChatGPT foi treinado majoritariamente com material americano, então conhece bem os EUA, mas menos outros países. O Claude, por exemplo, tem seu material mais europeu. Em agosto, no verão europeu, houve uma queda na performance do Claude, pois as respostas ficaram mais curtas — fenômeno relacionado ao período de férias europeias associado ao material de treinamento.
Isso mostra a importância de termos modelos desenvolvidos no Brasil, com pensamento e lógica brasileira, que são diferentes das europeias ou americanas.
Existem diferenças na arquitetura do modelo, capacidades específicas, como o assistente de voz com vídeo do ChatGPT, o Project do Claude, entre outros, e esse alinhamento de valores éticos que cada modelo possui. Por exemplo, o Claude tenta ser menos misógino, mais alinhado com respeito a grupos LGBTQIA+, enquanto outros, como o Grok (do Twitter/X, desenvolvido pelo Elon Musk), são mais livres nessa questão.
Essas diferenças impactam as respostas que um modelo dá, o que é importante saber.
Por isso, colocamos as IAs para brigarem, pensando em três pontos essenciais que ajudam a pensar nisso:
- Lado exploratório: descobrir qual IA tem as melhores funções para o seu trabalho. Cada pessoa tem seu jeito de usar uma ferramenta, e cada IA tem recursos diferentes, lidando melhor com PDFs, arquivos xls etc. Cada uma tem sua "natureza".
- Funções específicas: algumas IAs são melhores em certas tarefas e outras em tarefas diferentes.
- Perspectivas diferentes: as IAs têm visões diferentes e podem dar respostas diversas para o mesmo problema.
Isso é muito útil para brainstorming, um dos focos da aula.
Uso IA há mais de dois anos no CR_IA para brainstorming e para ter ideias, que é parecido com trabalhar com um parceiro criativo.
Existem duas formas de fazer essa rinha: uma indireta (o que uso mais) e uma direta (que a Ana usa mais), cada uma com características e usos diferentes.
Vamos falar da rinha indireta primeiro. As LLMs que usamos para isso são, principalmente, o ChatGPT e o Claude, porque são mais conversacionais, têm melhor memória e resolvem problemas com eficácia.
Vou fazer uma demonstração prática: peguei um prompt descontraído e comum que uso em trabalhos relevantes — uma apresentação sobre agentes autônomos de IA, com dados, possíveis usos e tendências recentes. Jogo o mesmo prompt nos dois e comparemos as respostas.
O ChatGPT agora tem conexão com internet, inclusive na versão gratuita, permitindo respostas atualizadas. O Claude não tem conexão com internet, então é menos útil para dados recentes, mas pode ter outras vantagens. Além deles, gosto do Perplexity para pesquisas, que também pode ser usado para perguntas, providenciando outras perspectivas.
Colocar os três juntos é como perguntar a três profissionais diferentes ao mesmo tempo e juntar as respostas para um material mais rico. Quando faço pesquisas, gosto de coletar essas visões. Agora mostro uma outra função: ler arquivos e criar relatórios.
Tenho um arquivo CSV com dados de uma pesquisa feita para o CR_IA, sobre o uso de IA pelas pessoas. Uso esse arquivo no ChatGPT e no Claude, pedindo para criar um relatório coeso e estruturado.
Enquanto eles processam, observo as diferenças. O ChatGPT, na versão paga que uso, consegue fazer análises mais complexas, enquanto a versão gratuita pode ter limitações. O Claude cria relatórios estruturados, processando dados e extraindo insights relevantes. Quanto ao manuseio de arquivos, gosto mais do Claude para PDFs e documentos textuais que queira resumir ou conectar pontos.
Para CSV, o ChatGPT é mais eficiente e recente, o Claude foi superado nessa função. Também testei o modelo Opus (o melhor dos modelos que temos). Uso prompts semelhantes para comparar resultados nos diferentes modelos.
No geral, a análise do relatório mostra alto engajamento com ferramentas de IA, uso frequente, principais aplicações em escrita criativa, apoio a planejamento estratégico, uso das ferramentas ChatGPT e Midjourney entre as mais populares.
Há recomendações para ampliar a formação para aplicações práticas, conscientizar sobre impactos éticos e facilitar o acesso às ferramentas, que já são focos do CR_IA. Em outra demonstração divertida, peguei um prompt para criar o jogo da cobrinha, igual ao dos celulares Nokia, e mandei para ambos os chatbots programarem.
Ambos começaram a programar o jogo, com características diferentes — gosto do visual mais "Nokia" feito pelo Claude e da praticidade do código Python entregue pelo ChatGPT, que pode ser rodado localmente.
O jogo gerado pode ser jogado diretamente no link que compartilhei com o pessoal. Isso mostra como a programação com IA pode abrir muitas portas e ser muito divertido. Agora vamos para processo de brainstorming.
Pedi para as IAs criarem ideias para um vídeo convidando para a aula de rinhas de chatbots de IA que estamos fazendo. Pedi vinte ideias de ganchos para o vídeo que prendessem a atenção das pessoas.
Uso esse número porque pedir dez pode levar a ideias muito detalhadas, pedir cinquenta pode gerar lixo, vinte é um número ideal para diversidade e qualidade.
Comparo as respostas do ChatGPT e do Claude para avaliar qual tem as melhores ideias para o formato desejado.
Percebi que o Claude é mais criativo, o ChatGPT mais conservador e básico nesse aspecto.
Pedi também para gerar variações de ideias que gostei, potencializando o brainstorming.
Faço ajustes, peço feedbacks das IAs sobre as ideias, e mando elas competirem novamente para gerar versões cada vez melhores. Essa interação é um processo contínuo e bastante produtivo.
Todas as dinâmicas podem ser aplicadas a vários tipos de estratégias de vídeo, ganchos para TikTok, reels, entre outros.
Essa é a ideia geral da rinha: ir usando várias perspectivas para encontrar ideias ou soluções melhores.
Voltando ao uso dos chatbots, tem momentos que uso um ou outro, ou ambos em paralelo, misturando estratégias para obter o melhor resultado.
Sobre os próximos encontros: toda quarta-feira ao meio-dia temos uma live gratuita no canal. O conteúdo fica disponível por 24 horas e depois vai para a plataforma do CR_IA, que é paga.
Na próxima quarta-feira, dia 25 de dezembro, não haverá aula por causa do Natal, e depois voltaremos no dia 8 de janeiro com um tema sobre como usar a IA para cumprir suas metas do ano.
Já estão planejadas várias aulas para as próximas semanas, sobre produtividade, criação de imagens com IA em 2025, agentes autônomos, melhorias em vídeo e outros temas. Recomendo que vocês assinem nossa newsletter e participem do grupo de WhatsApp que a Yasmin compartilhou.
Voltando à dinâmica da rinha direta: essa é uma discussão mais acalorada, parecida com uma conversa da família em uma festa de Natal, onde todos opinam e competem para ter a melhor ideia. Antes de começar, é importante definir o objetivo da tarefa, o que se quer tirar dessa rinha, para saber quando parar.
Também é recomendável dar exemplos e sinais claros para as IAs do que se espera, para um melhor direcionamento. Vou mostrar exemplos para prompts de planejamento e brainstorming, que ajudam a estruturar esse processo. Por exemplo, ao fazer brainstorming, assumo a seleção das melhores ideias do Claude, copio, provo e desafio o ChatGPT a superar, repetindo o processo até obter um resultado satisfatório.
Gostei do método chamado FACA, criado no CR_IA, que significa Feedback, Ajustes, Análise e Competição, para aperfeiçoar os resultados das IAs. Esse método consiste em pegar o resultado inicial, pedir feedback, modificar, ajustar e fazer a competição para obter versões melhores.
As análises incluem a avaliação do potencial de viralização de ideias, que ajuda a escolher quais usar. Esse processo pode ser repetido diversas vezes para refinamento. No planejamento de conteúdo, uso prompts para gerar calendários mensais, com inputs sobre a marca, nicho, público-alvo e objetivos, gerando estratégias específicas.
O ChatGPT usa roleplay para simular um estrategista sênior de marketing de conteúdo e gera planejamentos detalhados. Depois faço ajustes para deixá-los mais específicos e relevantes. Também aplico métricas de sucesso para alinhamento dos objetivos. Esse processo permite alterar e melhorar o planejamento ao longo do tempo, tornando-o mais eficiente. Durante a aula, respondi perguntas no chat e brinquei com as IAs, mostrando exemplares do uso prático.
As versões dos chatbots que uso são as pagas, mas a maior parte da dinâmica mostrada pode ser feita nas versões gratuitas, com limitações de uso.
Recomendo experimentar as duas IAs para escolher a que melhor se adapta ao seu estilo e necessidade — para trabalhos criativos, talvez o Claude seja mais interessante.
Agradeço ao Matheus pelos feedbacks positivos sobre as aulas e ideias.
Lembre-se que em toda quarta-feira temos lives gratuitas para aprofundar esses conteúdos.
Obrigado por participarem de mais essa aula do CR_IA!